É com grande prazer que faço o discurso dando as boas-vindas a todos vocês este dia ao Blog que criamos como veiculo de interactividade entre a comunidade académica e a Universidade Pedagógica no geral e em particular ao Departamento da Escola Superior Técnica da Delegação de Nampula. Em nome da direcção do Departamento, gostaria de aproveitar esta oportunidade para manifestar minha mais profunda gratidão aos directores de Curso que tem estado por frente na gestão daquilo que ao todo compões este departamento e, ao docentes que tem emprestado o seu conhecimento aos estudantes que são a razão da nossa existência. Sem no entanto deixar de lado, agradecer também em separado aos estudantes que apostaram nos cursos que nos oferecemos como instrumento de batalha para sua vida profissional e futura.
Admitindo, como ponto de partida, que os fenómenos da globalização da economia e das transformações técnico-organizacionais no trabalho desencadeiam desafios e problemas a serem enfrentados no âmbito da educação em geral e da formação profissional em particular, apresentamos a aqui alguns desafios a serem tomados como ponto de partida para uma reflexão mais profunda e individual sobre as expectativas da educação profissional num mundo globalizado.
Questões e desafios que se põem actualmente à formação profissional
A questão principal a ser enfocada pela formação profissional tem a ver, evidentemente, com as novas demandas que lhe faz o sector empresarial. analisando de forma genérica esta questão pode, à primeira vista, parecer simples, suscitando, por isso, respostas também simples. Na verdade, demandas e respostas são complexas por várias razões, entre elas, pela necessidade de:
- Dar respostas rápidas e flexíveis a situações de mudança também rápida, quer no referente às disputas no que diz respeito à inovação tecnológica, quer no tocante ao mercado de trabalho;
- Considerar que, em decorrência das mudanças no conteúdo do trabalho, impõe-se rever e dimensionar, em outras bases, as relações entre o sistema de formação profissional e o sistema educacional, especialmente se se considerar a enorme “valorização” de que os recursos humanos vêm sendo alvo;
- Dimensionar, com acuidade, as formas heterogéneas pelas quais os sistemas nacionais de produção e de serviços incorporam as sinalizações/imposições geradas pelas transformações, seja na economia globalizada, seja nas tecnologias, seja nos processos específicos de trabalho;
- Levar em conta que as transformações que se operam na economia, na utilização de tecnologia, na qualificação dos recursos humanos não afectam da mesma forma, com o mesmo nível de intensidade e no mesmo tempo, empresas nacionais de grande porte e pequenas e médias empresas; ou seja, a necessidade de lidar com o heterogéneo nas relações entre formação profissional e transformações nas empresas;
Essas são questões e desafios postos à formação profissional, em geral, pelo chamado sector moderno e integrado das economias nacionais. Todavia, há, no momento actual, uma outra questão sobre a qual a formação de profissionais tem sido chamada a se pronunciar. Embora tal questão não seja específica dos países de economia pouco desenvolvida ou dos países em desenvolvimento, é neles que se manifesta com mais evidência, em razão da própria condição económica desses países nas suas relações com os países industrializados. Trata-se do problema referente à participação económica (como produtora e como consumidora) da enorme parcela da população que vem sendo contínua, consistente e crescentemente excluída da empresa nos sectores modernos da economia, em decorrência da adopção dos novos paradigmas produtivos; o mesmo ocorre com o serviço público, devido a absorção do aparelho estatal.
Perante estes e outros factores não aqui mencionados, remete-nos a grandes desafios como órgão de formação profissional em termos de capacitação profissional, a saber:
- Melhorar a preparação dos estudantes para tarefas mais complexas, para novos tipos de emprego e para a aprendizagem contínua durante toda a vida profissional;
- Reorganizar os processos de formação para responder à participação de massa, expandindo e diversificando a oferta educacional para acomodar a crescente demanda por aprendizagem e para servir às necessidades variadas de indivíduos de origens sócio-culturais diversas;
- Proporcionar a todos não apenas uma preparação sólida para a vida profissional, mas, também, uma preparação para outros papéis e responsabilidades da vida social, as actividades culturais e o exercício da cidadania.
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